I Fórum Mostra-Folha discutiu, durante seus três dias, o cinema além dos filmes
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As duas mesas que abriram o I Fórum Mostra-Folha , realizado nos dias 25, 26 e 27 de outubro, no Itaú Cultural, procuraram tatear os desafios e as possibilidades do cinema frente às novas fronteiras tecnológicas —que acabam por se configurar também como fronteiras comportamentais e criativas.

Do novo hábito de se ver filmes na tela do celular à experiência coletiva da sala escura, passando pelas formas narrativas propostas pelos games ou pela realidade virtual, todos os temas que estiveram sobre as mesas iniciais apontaram para uma mesma direção: estamos vivendo, e viveremos cada vez mais, a era do audiovisual.

É por meio das imagens que nos comunicaremos e é de imagens que vamos nos nutrir. Foi, no fundo, essa constatação que serviu de base aos questionamentos que surgiram no segundo e no terceiro dias do evento. Diante de novos horizontes que se abrem para o meio audiovisual, os debatedores, de diferentes lugares, posições e visões, acabaram por discutir, sobretudo, o “como”.

“Como” garantir a existência dos cinemas nacionais e dos filmes de autor estrangeiros numa paisagem na qual um blockbuster, mais do que um simples filme, é também um brinquedo a ser comprado, uma sequência a ser seguida, um game a ser jogado, um parque a ser visitado.

“Como” assegurar que os recursos públicos recursos públicos que hoje não são pequenos no Brasil, sejam utilizados de forma mais “racional” sem que, com isso, se fechem as portas para a novidade e para o risco.

“Como” preparar o Brasil, em termos regulatórios, para o vídeo sob demanda , que já é uma realidade e que vai, no futuro próximo, responder por parte significativa do consumo audiovisual no mundo.

O Fórum, nesses três dias debates, pôs em evidência ainda os nós que o setor precisa desatar não apenas para continuar crescendo mas para ser relevante —artística, social e economicamente. Pautas bem específicas —como as políticas públicas para a realização de filmes e séries, o distribuição —foram debatidas por nomes importantes do mercado e da política de cinema.

O olhar para o futuro, que deu o tom ao primeiro dia do encontro, acabou por nortear todas as discussões. Entre o otimismo de alguns e o pessimismo de outros, o fórum indicou saídas e apontou as pedras que ainda se encontram no caminho desse setor cada vez mais complexo, mas também cada vez maior.

Leia o catálogo do evento em PDF.

Ana Paula Sousa

43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA